Que estamos sendo constantemente observadas não é novidade pra ninguém. O Céu inteiro se atenta para cada ação que praticamos e cada decisão que tomamos. Mas, além dos seres divinos, também temos outros observadores: os seres humanos. “Sério, Eloísa? Disso todo mundo sabe!” Sim, porém, hoje quero focar em uma classe especial de pessoas, as crianças. Na verdade, nossas menininhas.

Somos orientadas por Deus (e eu já comentei isso aqui) a nos vestirmos de forma que as pessoas já consigam perceber, através das nossas vestimentas, que somos filhas dEle. Esses dias me deparei com algumas situações que me fizeram refletir um pouco sobre este assunto e essas nossas observadoras mirins. Algumas situações foram vividas por mim, outras, por pessoas que conheço.

Certa vez, conversando sobre imagem cristã com algumas conhecidas da igreja, uma delas nos contou que, em um determinado dia, uma mãe estava arrumando sua filha mais nova para o culto e, por estar frio, estava vestindo a filha com uma calça*. Porém, a menininha não queria de jeito nenhum ir vestida desta forma para a igreja. Em prantos ela dizia: “Não quero ir de calça, mamãe. A senhora não usa calça, porque eu tenho que usar? ” Ao ouvir isso fiquei pensando no poder da nossa influência sobre as crianças. A menininha do relato observa não apenas o comportamento de sua mãe, mas aquilo que ela escolhe para vestir. Não apenas ela, mas toda menina, quando pequena, faz de sua mãe seu maior exemplo. Essa influência perdura ao longo dos anos, mas tem um peso enorme quando somos crianças.  Lembro-me que, na minha infância eu queria ser igual a minha mãe. Vestia suas saias rodadas e seus sapatos de salto que ela usava para ir à igreja e, mesmo ficando enormes em mim e por mais simples que fossem, eu me achava o máximo.  

Outra situação ocorreu na igreja que congrego. Uma menininha em especial apenas 6 anos veio a mim várias vezes dizendo que queria muito algumas saias iguais as minhas. Sua mãe me contou que ela não queria mais saber de ir à igreja com calça comprida ou com vestidos ou saias curtas. Um dia cheguei na igreja e a pequena estava com um vestidinho rodado, casaquinho e um cinto por cima dele. Perguntei a ela, a pedidos de sua mãe, o porquê de estar vestida desta forma em especial, com o cinto arrumado daquele jeito. Ela me disse com um sorriso: “Porque você já usou assim.”  
Essa menininha não nasceu em berço cristão reformista, mas há um bom tempo vem frequentando nossa igreja juntamente com sua mãe e tem observado as moças ao seu redor e se espelhado nelas. Quando pequenas, além de querermos ser iguais as nossas mães, também admiramos as meninas mais velhas e a forma como elas se comportam e se vestem. Sem perceber elas se tornam nossos exemplos. O objetivo deste relato – e deste post -  não é me colocar como uma pessoa melhor do que você ou qualquer outra moça, mas te lembrar que, independente do seu comportamento e das roupas que você veste, existe alguém te observando e te tomando como exemplo a ser seguido.

Devemos sempre refletir no tipo de influência que estamos exercendo sobre as outras pessoas e, em especial, sobre as pequenas que nos observam. Através do nosso exemplo elas devem entender que são princesas do Reino de Deus e aprender como uma princesa do Senhor se comporta e se veste. A influência tem um poder tão grande que nós nem imaginamos.

O Espírito de Profecia nos diz que:

Que tipo de influência estamos sendo para os outros? Reflitamos nisso.

Que a graça e a paz de Cristo estejam sempre com vocês. ❤

* As mulheres reformistas não fazem uso da calça comprida em seu vestuário. Pretendo, futuramente, fazer um post sobre isso.

** Todo filho de Deus nasce como um missionário, um obreiro. Somos filhas de Deus, portanto, mesmo se não estivermos diretamente ligadas ao ministério, somos obreiras do Senhor e a responsabilidade relatada neste texto também cai sobre nós.

Remetente: Uma princesa do Reino celeste.

Destinatário: Deus - Rei, Criador e Pai.

"Querido Deus,

Esses dias estive me olhando no espelho e, sinceramente, não gostei do que vi. Fiquei muito triste com a forma que me fez. Porque me fez loira se eu queria ser morena? E minhas pálpebras, porque têm a mesma cor que a minha pele? Eu gostaria que fossem coloridas...

Nos meus olhos o Senhor não colocou nenhum contorno e os meus cílios fez muito pequenos e nada encurvados. E minha boca? Essa o Senhor não podia ter errado! Poxa, que cor monótona é essa, meu Pai? Parece que estou morta! Já as minhas bochechas, nem levemente rosadas elas são.

Em minhas orelhas não existe nem um furinho, por menor que seja, para que eu pendure algo para ficar mais bonita e chamar mais atenção. E o que dizer das minhas unhas das mãos e dos pés? Nem um brilhinho há, Senhor, nem um brilhinho... E esses meus dedos e punhos magros sem nenhum enfeite? Que falha, Pai!

Se ser assim é ser à Sua imagem e semelhança, me desculpe, mas eu não quero. Como bônus, além de todos esses itens, eu ganhei olheiras, cravos e espinhas por conta da degradação humana desenvolvida pelo pecado. Como posso sair na rua deste jeito? Como?

Ah, mas isso não vai ficar assim! Eu vou dar um jeito nisso! Não me importo se as medidas que vou tomar vão prejudicar minha pele ou os meus cabelos, eu quero me sentir bem comigo mesma. Quero me destacar por minha beleza, mesmo que não seja natural.

 Por fim, diante de tudo isso me pergunto: será que o Senhor errou?"

Que mensagens nossas ações têm transmitido ao Senhor? Reflita nisso...

Certa vez fiz a seguinte pergunta a um grupo de meninas com cerca de 9/10 anos:

- “Vocês acham que Deus se importa com a nossa aparência?”

- “Não!” – respondeu-me prontamente, uma delas – “Ele se importa com o nosso coração!” – concluiu.

Ela não estava errada, porém, sua resposta, apesar de correta, estava incompleta. Se Deus não se importasse com nossa aparência exterior, Ele não teria se preocupado em deixar tantas mensagens referentes a esse assunto em Sua palavra.

O apóstolo Paulo, na primeira carta a Timóteo deixa um recadinho especial de Deus a nós, Suas filhas: 

“Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com joias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus!” (1 Tim. 2:9 e 10, NTLH)

A escolha de nossa vestimenta, apesar de parecer algo insignificante para muitos, tem um grande valor para Deus. Através da roupa que vestimos testemunhamos a favor ou contra o Deus que servimos. Seguir o conselho de vestir-se com simplicidade e modéstia não é sinônimo de desleixo, muito pelo contrário. A escritora cristã Ellen White, em um de seus livros, diz o seguinte:  

“Não devem os cristãos dar-se ao trabalho de se tornar objeto de estranheza por se vestirem diferentemente do mundo. Mas se, em harmonia com sua fé e dever em relação ao seu traje modesto e saudável, eles se virem fora de moda, não devem mudar sua maneira de vestir a fim de serem semelhantes ao mundo. Devem, porém, manifestar uma nobre independência e coragem moral para serem corretos, mesmo que todo o mundo deles difira. Se o mundo introduzir uma moda de vestuário modesta, conveniente e saudável, que esteja de acordo com a Bíblia, não mudará nossa relação com Deus ou com o mundo, o adotarmos essa moda de vestuário.” (Mensagens Escolhidas 2)

Também escreveu:

“Conquanto nos devamos guardar contra desnecessários adornos e ostentações, não devemos de maneira alguma ser descuidados e indiferentes quanto a nossa aparência exterior. Tudo quanto diz respeito a nossa pessoa e a nosso lar, deve ser bem arranjado e atrativo. Deve ser ensinado à juventude a importância de apresentar uma aparência acima da crítica, uma aparência que honre a Deus e a verdade.” (O Lar Adventista)

Falar de imagem cristã atualmente está cada vez mais “difícil”, não porque esse assunto seja complicado, mas porque nós não queremos desapegar de nossas paixões e seguir com obediência àquilo que Deus nos pede. São inúmeros os argumentos que criamos para justificar nossos erros, mas não deve ser assim. Como um Pai amoroso, tudo o que Deus nos pede é pensando em nosso bem estar, tanto nesta vida quanto na futura.

Fomos feitos à imagem e semelhança dEle, devemos refletir essa imagem em todos os aspectos de nossa vida, inclusive em nossa aparência exterior. Há uma grande necessidade de reforma para os dias de hoje e uma delas se refere ao vestuário. É meu desejo, através deste blog, tratar deste e de outros assuntos relevantes para a nossa vida cristã, mas com um foco especial no assunto da reforma de vestuário, dialogando dentro disto sobre imagem e comportamento cristãos.

Não devemos dar a entender através da nossa vida e de nossas vestimentas que servir a Cristo é algo antiquado e desprovido de prazeres e alegrias. Nossas irmãs devem entender que é possível vestir-se bem e de acordo com aquilo que o Senhor nos pede.

“Não há melhor maneira de deixar sua luz brilhar aos outros do que através da simplicidade de vestir-se e conduzir-se. Vocês podem mostrar a todos que, em comparação com as coisas eternas, dão o valor apropriado às coisas desta vida.” (Ellen White, em Mensagens Aos Jovens)