Tudo parecia muito bem na vida de um certo jovem. Tinha tudo o que queria e vivia uma vida relativamente confortável, e provavelmente deveria ser um filho exemplar, admirado. Mas algo parecia inquietá-lo, não estava satisfeito com alguma coisa. Tomou a decisão de fazer um pedido inusitado ao pai, queria ser livre, testar um caminho diferente. Recebendo uma parte da herança, logo se foi. E todos conhecemos sua história, falada e repetida por séculos pela escolha errada, por sua consequência previsível e final inesperado, pelo fato de não acabar em tragédia, como a maioria das histórias.
No decorrer da vida de alguém, nem sempre as melhores escolhas são feitas. Nessa estrada muitos acabam desistindo da fé e da igreja. Temos o costume de enchermos nossos olhos de admiração por ver alguém, principalmente jovem, andando nos caminhos de Deus e se vestindo lindamente. Mas desvanecem nossas esperanças quando percebemos essa pessoa saindo e seguindo um rumo diferente. Somos tentados a pensar que ela está perdida para sempre, e começamos a julgá-la e condená-la de uma forma que se ela chega na igreja para visitar com suas novas “características” - e isso inclui hábitos diferentes, ROUPAS diferentes... - nem a cumprimentamos.
Há momentos em que este/esta jovem decide voltar, abandonar o seu passado negro e recomeçar. Assim como um filho, sente saudades de Deus (seu Pai), da comunhão dos irmãos, sente saudades de casa. Atraída pelo Espírito Santo, mesmo envergonhada com tudo o que aconteceu, a pessoa recobra suas forças e decide andar na estrada da Salvação. Contrariando, como na história já mencionada, as expectativas esperadas. Ao voltar, que não encontre expressões de julgamentos, pois algumas marcas do mundo podem ainda estar presentes; que não encontre rostos indiferentes, apertos de mãos vazios, sorrisos forçados, amor fingido.
Ainda bem que Deus não vê como vemos, Ele enxerga o coração e sabe que ela precisa ser acolhida e quer que entendamos isso: Amar independente de qualquer coisa. Como filhas do Rei, nossa missão é amar nossos irmãos, pois também são filhos dEle. Quando virmos aquela moça, por exemplo, que achávamos que jamais voltaria para igreja querendo recomeçar o seu caminho com Jesus, oremos a Deus que nos ensine a amá-la, a apoiá-la e a sermos um ombro amigo neste recomeço. Não é fácil suportar os olhares de desprezo, não é fácil sentir que não é aceita em algum lugar. Por isso, seja a pessoa que fará a diferença na vida de quem está voltando ao lar. Faça como Jesus: aceite-os como estão, mas ajude-os em sua transformação aconselhando, encorajando, orando e estudando junto.
Porque quem ama cuida, ouve, incentiva, abraça, não julga, anima, inspira. Nunca devemos repelir as pessoas por terem pecados diferentes dos nossos. Haja como o pai do pródigo, abrace, festeje e não a deixe ir de novo. Esteja aberta para ajudá-la a trilhar novamente este caminho. Não quero mencionar aqui a atitude do filho mais velho. Porque sei que Deus vai nos dar um coração capaz de ter a mesma admiração do pai, que fez a maior festa com a chegada. Vamos fazer isso hoje?