Já parou para notar que existem povos nos dias de hoje que só olhando para a roupa de uma pessoa que faz parte dele já sabemos quem são? Por exemplo, se virmos uma mulher vestindo uma burca, rapidamente vem à nossa mente que ela é de algum país muçulmano. Porém, se ela estiver vestida como todas as outras mulheres, ela passará despercebida e, a menos que ela ou outra pessoa fale, nós não saberemos de que país ela vem.

Com a gente acontece a mesma coisa. O nosso vestuário nos caracteriza diante das outras pessoas. É ele quem diz (mesmo sem palavras) qual é a nossa origem (celeste) e de quem somos filhas (do Senhor). Desde o início foi assim. Desde a criação do homem o vestuário foi algo importantíssimo para que este fosse reconhecido como servo de Deus. Hoje faremos uma pequena viagem no tempo para relembrarmos a importância do vestuário em algumas fases distintas da existência de Seu povo. Continue a leitura.

Da criação do homem até depois da queda

A Bíblia nos relata que o homem foi criado “à imagem e semelhança de Deus” (Gên. 1:26 p.p.). Enquanto estiveram puros e livres do pecado, além dessa característica ser completa neles, estiveram “revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos.” (PP, 21 e 22 – pdf) Esse era o vestuário do santo par enquanto no Éden, livres de pecado: vestes de luz e glória! (Aí eu pergunto: O que são roupas de grife perto destas vestes que até mesmo os próprios anjos usam?)

Mas, como bem sabemos, infelizmente esta realidade não durou para sempre. Cedendo à tentação do pecado, Adão e Eva foram expulsos de seu lar Edênico e perderam todos os privilégios que ali tinham, inclusive as vestes de luz e glória (Gên. 3:10 e 11).  E sabem qual foi o primeiro item material que Deus forneceu a eles logo após a queda? Isso mesmo, roupas! Quando perceberam que estavam nus, Adão e Eva “coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” (Gên. 3:7) Porém, aquelas roupas que eles próprios fizeram não eram adequadas, então, “fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.” (Gên. 3:21) Esta foi a primeira reforma do vestuário em toda a história do povo de Deus.

Foi o amor a Seus filhos que moveu o Senhor para fazer essa mudança em suas vestes. Se Ele tivesse permitido que Adão e Eva permanecessem com aquele vestuário que eles próprios haviam criados, o clima que agora sofreria graves alterações com extremos de calor e frio traria ainda mais sofrimento a eles pois não estariam suficientemente protegidos (lembrem-se, as roupas que fizeram eram aventais! Não protegem NADA!). Com as vestes dadas pelo próprio Deus, porém, a realidade agora seria o contrário.

Com o povo de Israel

Caminhando mais à frente em nossa história, chegamos ao povo de Israel no deserto. A eles o Senhor fez um pedido especial e bem específico. Assim como em outras fases de sua existência, o povo de Deus devia testemunhar dEle através de suas vestes também.

“Os filhos de Israel, depois de terem sido tirados do Egito, foram ordenados a usar um simples cordão azul nos cantos de suas vestes (Núm. 15:38), para distingui-los, das nações em volta, e significar que eram o povo peculiar de Deus.” 

(2 ME, p. 473)

Desta forma, onde quer que fossem, se estivessem devidamente trajados como Deus havia pedido, qualquer pessoa de outra nação que avistasse um israelita saberia a que povo este pertencia e o Deus que adorava. Eles eram reconhecidos pelo seu vestuário.

Dois personagens notáveis

Mais à frente no tempo, separados por alguns séculos encontramos dois personagens notáveis da Bíblia. Ambos tiveram uma vida dedicada ao serviço do Senhor dando advertências necessárias ao povo que abandonara a Deus. Porém, tanto o profeta Elias quanto João Batista tiveram um comportamento singular quanto ao que vestiam, a ponto de serem lembrados e reconhecidos por conta do seu vestuário.

Certa vez, por exemplo, o rei Acazias (sucessor de Acabe, rei de Israel) sofreu um acidente, ficou gravemente ferido e enviou mensageiros para consultar o deus de Ecrom, Baal-Zebube, para saber se ele se recuperaria. No caminho, porém, os mensageiros encontraram o profeta Elias que vinha com uma mensagem da parte do Senhor, que continha uma advertência para o rei e a resposta de que ele não seria curado. Ao retornarem ao rei, Acazias perguntou como haviam voltado tão rápido e eles contaram o que havia acontecido e a mensagem que receberam.

“O rei lhes perguntou: "Como era o homem que os encontrou e lhes disse isso?" Eles responderam: "Ele vestia roupas de pelos e usava um cinto de couro". O rei concluiu: "Era o tesbita Elias".” (2 Reis 1:7,8)

Só pelo relato da aparência de Elias o rei já soube de quem se tratava! 

João Batista vestia-se da mesma forma e por esse e outros motivos até o próprio Jesus se referiu a ele como o segundo Elias (Mt. 17:12 e 13). O Espírito de Profecia relata que ele “nas maneiras e no vestuário, assemelhava-se ao profeta Elias.” (DTN, 74 – pdf) 

“João fora chamado a reprovar os pecados e excessos de seu tempo, e seu singelo vestuário e vida abnegada estavam em harmonia com seu caráter e missão.”

(DTN, 176 - pdf)

“João devia assumir a posição de reformador. Por sua vida abstinente e simplicidade de vestuário, devia constituir uma repreensão para sua época.”

(DTN, 70 - pdf)

A questão que quero trazer com estes exemplos é que, ao longo de toda a história aqueles que faziam parte do povo de Deus sempre se diferenciaram pelo vestuário que usavam. Logo após a queda do homem o Senhor já demonstrou Seu cuidado quanto às vestes de Seu povo e isso se confirmou em várias fases de sua existência.

Isso ainda deve ser uma realidade hoje. Não somos chamadas a nos vestir com peles de animais como Adão, Eva, Elias e João, tampouco requer-se de nós que usemos um cordão azul na borda de nossos vestidos. Mas, assim como os filhos de Deus no passado eram reconhecidos e facilmente identificados por seu vestuário, assim devemos ser hoje também.

“Não se requer hoje do povo de Deus que tragam nas vestes um sinal distintivo. Mas no Novo Testamento muitas vezes nos é indicado o Israel antigo como exemplo. Se Deus deu direções assim definidas ao Seu povo da antiguidade, acerca de seu vestuário, não tomará Ele conhecimento do vestuário de Seu povo na atualidade? Não deveria haver em seu vestuário uma diferenciação do vestuário do mundo? Não deveria o povo de Deus, que é Seu tesouro peculiar, procurar mesmo no vestuário glorificar a Deus?” 

(2 ME, 473 e 474)

Reflita comigo, ao vermos na rua uma moça bem trajada, vestindo saia comprida e blusinha com mangas, facilmente imaginamos “é crente”. Se seus cabelos não são pintados, ela não está usando joias e muito menos maquiagem podemos até pensar que é reformista (rsrs). Isso porque a nossa mente já está acostumada com o fato de que o povo de Deus se veste diferente do mundo.

Ao buscar obedecer ao Senhor quanto ao nosso vestuário, vocês verão quantas pessoas chegarão até você e perguntarão a qual igreja você pertence (sério, isso acontece! Rsrs). Conheço algumas experiências (minhas e de pessoas que conheço) maravilhosas relacionadas a esses assunto. Nestas experiências temos oportunidades, inclusive, de falar, de uma forma ou de outra, de Jesus para aqueles que entram em contato conosco, é uma grande oportunidade de fazer um contato missionário.

Meu desejo, do fundo do meu coração, é que todas nós busquemos a cada dia honrar ao Senhor com o que vestimos. Que sejamos reconhecidas pelo vestuário que usamos, reconhecidas como servas do Altíssimo, filhas do Rei. Tenho certeza que quanto mais buscarmos este objetivo, além de outras recompensas preciosas que nosso Pai nos dará, mais experiências incríveis teremos com Ele também. Atenda o chamado que o Senhor está te fazendo hoje, amiga... Siga o exemplo de nossos antepassados e seja também, onde quer que esteja, reconhecida por causa de seu vestuário.

Espero que esse post tenha sido muito útil para você e que o Senhor fale ao seu coração. Não se esqueça de compartilhar com suas amigas também.

E que a graça e a paz de Cristo estejam sempre com vocês! ❤